“No meu tempo…” ou “Sou do tempo em que…” são frases comuns, usadas por pessoas mais experientes e que buscam trazer os valores de sua geração para a atual.
Como o ambiente de trabalho tem mudado, a necessidade de adaptação de todos os profissionais independente da geração qual faz parte, é um requisito necessário para a manutenção de qualquer nicho de negócio.
Cada geração possui prioridades, expectativas, valores e comportamentos próprios. Portanto, uma empresa que possui diversidade geracional (diferentes gerações dentro da gestão ou operação do negócio) precisa estar atenta. Além disso, ela deve desenvolver ações intencionais para aproveitar o máximo possível da situação.
O convívio da diferença entre as gerações
Em 2019 a revista Exame* apresentou uma pesquisa, mostrando o percentual de participação de cada geração no ambiente de trabalho:
Os Millennials (geração Y) já são a maior parcela de trabalhadores, o que justifica as tantas mudanças no ambiente de trabalho. E estas mudanças foram potencializadas com as necessidades de adaptação provenientes da pandemia. Além disso, foi um momento de destaque para as gerações mais recentes ampliarem sua força e contribuírem assertivamente para a busca de adaptações de mercado.
Mas, o fato de termos 4 gerações participando ativamente do mundo dos negócios, pode trazer bastante conflitos, que, se liderados com sabedoria, poderão trazer bastante vantagens.
Já em uma pesquisa apresentada pela Forbes, 85% das empresas entrevistadas acreditam que a diversidade resulta em maior inovação de ideias. Pois, a junção da experiência prática de quem possui maior idade e o impulso dos mais jovens em testar novas teorias para resolver problemas com eficiência, pode resultar em boas decisões em relação a inovação, operação e gestão de negócios.
Boas práticas
- Não fugir da raia
Nem todos se sentem confortáveis com discussões. A verdade é que nossa busca, é por um ambiente de trabalho equilibrado e pacífico. Mas, boas discussões são sempre bem vindas, e, quando respeitosas e com foco de definir algo que seja para o bem da empresa, sem exaltação, produzem crescimento e ampliam pontos de vista.
Também é muito importante ter em mente a visão de cada geração, e respeitar a experiência e pontos de vista a partir da contribuição que cada um deles tem para a solução do problema. Portanto, tendo respeito e compreensão de que cada um pode somar, quando combinado as forças positivas.
- Impulsividade x Análise
As gerações anteriores são mais analíticas que a Y e Z, que são mais ágeis e impulsivas. E essa combinação de analisar, buscando todas as possibilidades de não falha, com a velocidade da experiência sem o medo de errar tem trazido benefícios para muitos negócios. Mas, tudo depende de como é a participação de cada geração nas tomadas de decisões e, principalmente, na execução das estratégias.
- Valorizar a história, traz significado e propósito
Se tem algo que as novas gerações estão valorizando, é o propósito. A razão de existir da empresa e do negócio, o legado que está deixando, a maneira como lidam com pontos importantes como sustentabilidade e a própria diversidade.
E, nada melhor do que compreender e valorizar a história para isso. Ter na equipe gerações que compreendem o motivo pelo qual o processo é daquela maneira, como se tinha o pensamento da época, o trará luz e contribuirá para a consistência de mudanças de paradigmas.
Respeito acima de tudo
O conflito entre gerações é constante na história. Temos a tendência de pensar que o que foi construído, poderá ser “destruído” pela geração seguinte, caso não se mantenha na rota.
Mas, a busca pelo equilíbrio sempre se faz necessária. E as referências ao passado pode ser prejudicial as ações. Assim como, a impulsividade e a velocidade desenfreada também podem deixar marcas de erros.
Acima de tudo o que foi exposto, é algo que nunca será demais:
- Respeitar a história e a experiência de cada profissional.
- Respeitar a visão de mundo e estar pronto para, de fato, compreender e aprender com aqueles que constroem a empresa que fazemos parte.
- Se abrir para o novo (mesmo que isso signifique ouvir e trazer à tona o que se fazia anos atrás).
Andreia Cardoso
Gente e Gestão
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